OBJETIVOS - PRINCÍPIOS - CONCEITO

OBJETIVOS

A Rede VIDAVIVA pretende construir uma nova abordagem da relação vida, saúde e trabalho. Pretende provocar a reflexão dos trabalhadores sobre as conseqüências do trabalho para sua saúde e sua vida. Para isso, é preciso potencializar a ação sindical e a organização dos trabalhadores no local de trabalho. Essas são as condições imprescindíveis para construirmos estratégias efetivas que modifiquem o grave quadro atual de adoecimento dos trabalhadores. Queremos abrir um novo espaço de reflexão com os trabalhadores e construir um novo olhar sobre a saúde, combatendo, inclusive, sua monetarização. Acreditamos que há possibilidades de fortalecer essa bandeira no movimento sindical. Nesse sentido, a rede VIDAVIVA produz recursos formativos e novos dispositivos de comunicação que estimulem cada vez mais a aproximação entre sindicatos e suas bases.

PRINCÍPIOS

São vários os princípios que norteiam a rede desde sua origem. São os trabalhadores e os líderes sindicais que determinam a estrutura, o processo e a ação da rede.  O trabalhador é o sujeito da rede. Por isso, a rede será construída a partir da reflexão dos próprios trabalhadores sobre os temas que são levantados como prioritários. Cada passo do projeto (capacitação, implementação na base e o desenvolvimento de ações) deve garantir esse mesmo princípio. Os recursos formativos da rede são desenvolvidos para que os próprios sindicatos possam implementá-los. Por isso, devem ser adequados metodologicamente à capacitação e implementação, respeitando a infra-estrutura da maioria dos sindicatos e levando em consideração os custos e as diferentes realidades das entidades e categorias. Os recursos formativos (Pesquisa Participativa, Raio, Vivências, etc) não são desenvolvidos apenas por especialistas ( pesquisadores, educadores, médicos, etc). Dentro do projeto, são criados grupos de trabalho (às vezes com apoio internacional) formados por sindicalistas e alguns especialistas ( das área de saúde, educação, comunicação, etc) que atuam como apoio na produção dos recursos. Os recursos formativos devem problematizar questões específicas e auxiliar na busca de soluções concretas. Devem também abranger aspectos mais amplos, estimulando uma reflexão sobre a vida, a saúde e o trabalho para a construção de uma sociedade diferente.

CONCEITOS

O conceito para a formação e a ação da rede é a criação de espaços coletivos em que o trabalhador:

» Valorize, reflita sobre e articule sua experiência e seu saber;

» Valorize, defina e articule ações a partir dos problemas levantados;

» Valorize e articule sua análise crítica no local do trabalho;

» Valorize, defina e articule seus sonhos e objetivos;

» Construa uma visão/entendimento/interpretação coletiva, que valorize e recrie sua experiência e que ajude na conquista de seus interesses e aspirações;

» Possa construir um caminho e uma atuação coletiva/sindical participativa;

» Experimente vivências concretas, como solidariedade, valorize suas experiências e destaque valores que no próprio processo do projeto já reflitam uma vida melhor. Nesse tipo de formação, a própria experiência é o eixo central para a construção da consciência e de uma nova ação. A formação, então, não é do tipo aula para passar um conceito ou um saber qualquer. Na rede, é o monitor local, indicado pelo sindicato, quem fará a formação na base.

O seu saber, que vem de sua experiência e vivência em seu local de trabalho, auxilia no desenvolvimento da formação que propomos. É vital que ele (a) tenha uma capacidade social de ouvir, ser atencioso(a) e encorajar os trabalhadores a fazer sua própria reflexão. No processo ele (a) precisa estimular os demais trabalhadores a valorizar sua própria experiência e seu próprio saber. Acreditamos que a experiência desse trabalhador é o melhor instrumento para construir uma nova consciência e uma nova ação.

Para atingir o objetivo de chegar aos trabalhadores, o projeto estruturou algumas fases de implementação.

A primeira delas é a reflexão dos dirigentes sindicais sobre a relação vida, saúde e trabalho com a utilização do recurso Raio (Recurso Audiovisual Interativo). São realizados encontros com as direções sindicais de cada sindicato. Nesses encontros, é feita também a apresentação do projeto, para que todos estejam envolvidos nesse processo.

O segundo momento é a capacitação dos monitores voluntários indicados pelos sindicatos para desenvolver a formação na base. A equipe de educadores selecionada pela rede desenvolve a fase de capacitação dos monitores com os principais recursos formativos da rede. No momento, a capacitação está sendo desenvolvida com dois recursos: Raio e Mapping.

A terceira fase é desenvolvida pelos monitores voluntários indicados pelos sindicatos com os trabalhadores de base. É o momento no qual os trabalhadores farão suas próprias reflexões a partir do desenvolvimento dos recursos formativos para o qual os monitores foram capacitados.

A quarta fase da Rede VidaViva é voltada para auxiliar os sindicatos a intervir efetivamente no local de trabalho. Esta fase está sendo construída pelos grupos de trabalho da Rede VidaViva e será voltada para fortalecer a capacitação dos monitores, a atuação dos cipeiros e a troca de informações e experiências dos sindicatos.